terça-feira, 26 de junho de 2012

Aprenda a esperar pela hora de Deus

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Uma árvore boa não pode produzir maus frutos, assim como uma árvore má não pode produzir bons frutos. Temos de olhar para nós e ver que frutos estamos produzindo. Graças a Deus, nós somos árvores boas. Não por mérito próprio, mas por Jesus, pelo Batismo que Ele nos deu e pelo nosso encontro pessoal com Ele. Nenhum de nós é perfeito, mas o Senhor mora em nós como num templo. O Espírito Santo está em você, Jesus está em você, e onde Ele está o também se faz presente. Então, meus irmãos, a Trindade está em você. Assim, você pode produzir bons frutos.
O Antigo Testamento nos fala da fé de Abraão. Ele estava ansioso, acreditava que Deus lhe daria aquelas terras, mas sabia que não teria filhos, pois Sara, sua esposa, era estéril. Então ele desabafava com Deus, questionando-Lhe o que iria receber de herança se não podia ter filhos (cf. Gn 15,2). Deus, porém, diz a ele com toda clareza que o herdeiro dele será um de seus descendentes (cf. Gn 15,4). O Senhor o conduz para fora de casa e lhe diz: "Olhe para o céu e conte as estrelas se for capaz. Assim será a sua descendência" (Gn 15,5). Abraão teve fé no Senhor e acreditou n’Ele.

Abraão acreditou em Deus, embora todo o restante dissesse o contrário. Abraão ainda perguntou ao Senhor como iria saber se herdaria essa terra (cf. Gn 15,8). Deus, então, pede que ele pegue vários animais, entre eles duas aves. Abraão corta os animais ao meio, coloca-os em fila e, durante todo o dia, espera pelo Senhor.

Você pode achar estranha essa atitude, mas esta era a forma dos homens fazerem uma aliança entre si. O grande trato que faziam era assim: os dois homens, que faziam uma aliança, passavam pelo meio dos animais, isso queria dizer que estavam fazendo um trato e que aconteceria com eles o mesmo que acontecera com os animais, caso um deles quebrasse o trato feito. Isso fazia com que fossem fiéis com os compromissos assumidos.
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Mas, dessa vez, o trato é com Deus, e é Ele quem toma a iniciativa. Assim, Abraão espera pelo Senhor durante todo o dia. Essa demora era mais uma demonstração de que ele teria de esperar muito para ter uma grande geração. Essa espera foi de, pelo menos, 500 anos para que ele tivesse a posse daquela terra.

Meus irmãos, para nós, a coisa mais difícil é esperar. Deus é o Todo-Poderoso e cumpre suas promessas, mas o tempo está nas mãos d'Ele. Nós é que precisamos aprender a esperar. Talvez você esteja esperando grandes graças e milagres, esteja angustiado, desesperado... Mas precisamos aprender a aguardar pela hora do Senhor. Ele sabe qual é a melhor hora para nós.

Muitas coisas Deus quer resolver para nós, mas isso não depende só d'Ele, mas também das pessoas. Como a situação do seu casamento: não depende só de você, mas também do seu cônjuge. O Pai dá a graça, mas cabe à pessoa aceitá-la ou não, acolhê-la ou não. É por isso que as coisas demoram. Maria, irmã de Lázaro e de Marta, era prostituta de leprosos e só se converteu após a ressurreição. Jesus esperou por ela como espera por cada um de nós, para mais um passo, mais uma conversão. Da mesma forma, Ele está esperando por seu marido, sua esposa, seus filhos. É preciso esperar, mas Deus é fiel.

Quando já estava escurecendo, Abraão teve um sono, o que, na verdade, era a aproximação do Senhor. Ele foi tomado de um grande terror, pois a presença de Deus deixou uma sensação diferente em seu interior. Apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo que passaram entre os animais divididos. Ali estava o sinal da aliança do Deus Onipotente, mas também de Abraão que passava no meio dos animais. Ali se fazia a aliança entre Deus e Abraão: "Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates" (Gn 15,18).

A Palavra nos traz uma grande lição: o Senhor fez uma aliança com você e com os seus. Deus é fiel! Ele vai cumprir as promessas d’Ele. Nós é que precisamos permanecer fiéis e ter a coragem de aprender a esperar.

Deus o abençoe!


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 22 de junho de 2012

São joão

Muitas pessoas pensam que são joão é uma época de festas apenas isto!

Porém São João é tempo de celebrarmos o garoto que nasceu e se fez homem, mas sim um homem de Deus!

É acendida fogueiras para relembrar a fogueira que Isabel mãe de São João acendeu para avisar a Maria mãe de Jesus que seu filho havia nascido!

Depois de ter levado a palavra de Deus aos fieis, São João foi preso a mando do Rei Herodes foi mantido numa fortaleza por 10 meses antes de sua morte.

Foi degolado a pedido de Salomé a enteada de Herodes e o seu corpo foi sepultado pelos seus discípulos.

Essa pequena introdução sobre o sentido da vida de São João foi para que possamos saber o que estamos vivenciando neste dia!

Que Deus abençoes a todos os leitores!

sábado, 2 de junho de 2012

Uma fé semelhante à de Maria

Mural da padroeira N. Sra. do Rosário de Pompéia - Mustardinha, 
em 1998
No último dia 16 de outubro de 2011, o Papa Bento XVI anunciou a sua decisão de proclamar um “Ano da Fé” que terá início em 11 de outubro de 2012, no 50º aniversário da inauguração do Concílio Vaticano II, e terminará no dia 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei do Universo. Caminhando para este grande acontecimento eclesial que, no dizer do Santo Padre, “será um momento de graça e de compromisso para uma conversão a Deus cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé n’Ele e para O anunciar com alegria ao homem do nosso tempo” (Homilia na Santa Missa de 16-11-2011); vamos nestes meses que antecedem o início do ANO DA FÉ, fazer algumas considerações que nos levem a viver com intensidade este tempo de graça e conversão, a começar por nós, para toda a Igreja!

Neste mês de maio, quando nossas comunidades voltam-se de maneira tão destacada à presença de Maria, seria importante que considerássemos a sua fé. Maria é invocada como a “Mãe da fé”, a “Virgem que acreditou”. No Evangelho de Lucas encontramos nos lábios de Isabel a bem-aventurança de Maria: “Feliz aquela que acreditou!” (Lc 1, 45). Maria, Mãe da Igreja é Modelo de fé.

De forma resumida, o Papa Bento XVI, na sua Carta Apostólica “Porta fidei”, nos faz vislumbrar a grandeza da fé da Virgem: “Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência de sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a ele se confiavam (cf. Lc 1,46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz seu Filho unigênito, mantendo intacta sua virgindade (cf. Lc 2,6-7). Confiando em José, seu esposo, levou Jesus para o Egito, a fim de salvá-lo da perseguição de Herodes (cf. Mt 2,13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor em sua pregação e permaneceu a seu lado, mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2,19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. At 1,14; 2,1-4).”

Não nos é difícil perceber que toda a vida de Maria é amparada pela fé. Ela de fato acreditou! Ela aceitou a Vontade Divina em sua vida e deixou que a Palavra de Deus plasmasse a sua vida! Tamanha foi sua adesão à palavra divina que no seu ventre “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14). Bastaria este aspecto da vida de Maria para que nossa vida de fé ficasse robustecida! Mas Maria é também aquela que gesta a fé e a desperta no coração daqueles que se encontra. O próprio evangelista João ao relatar o milagre nas núpcias em Caná da Galiléia nos fala do papel de Maria: aquela por quem o Seu Filho realiza o primeiro dos sinais, pelo qual “manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele” (Jo 2,11). As palavras de Maria são emblemáticas: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). É a ordem d’Aquela que vive da fé, que por primeiro acreditou que “o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1,45)

La pietà, de Michelangelo, esculpida em mármore em 1499.

Maria é testemunha da fé. Uma fé que se faz obediência, docilidade e ao mesmo tempo serviço! No seu encontro com Isabel, sua parenta, Maria é saudada como “bendita entre todas as mulheres” (Lc 1,42); é reconhecida como a “Mãe do meu Senhor” (Lc 1,43); Aquela que se tornou imagem do Filho que ela traz no seu ventre, e, portanto, testemunha por excelência Dele. Será no aconchego de Maria, também, que os discípulos serão sustentados nos dias que sucedem a Paixão e na alvorada da Ressurreição, enquanto aguardam o cumprimento da promessa (cf. At 1,14).

Há vinte e cinco anos, o Beato João Paulo II publicava a sua Carta Encíclica “A Bem-aventurada Virgem Maria na vida da Igreja que está a caminho” (Redemptoris Mater); na qual evocava o exemplo de Maria peregrina na fé. Seria muito importante que aproveitando as diversas ocasiões que o ano litúrgico nos oferece, nas celebrações da Virgem Maria, nas peregrinações, na celebração do mês de maio procurássemos considerar a fé da Virgem. O exemplo de Maria é um convite para que, não só individualmente, mas toda a Igreja se coloque à escuta da Palavra de Deus. A Palavra de Deus alimenta, e ao mesmo tempo, modela a Igreja, como fez com Maria. Na Exortação Apostólica VERBUM DOMINI, o Papa diz que “a Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela.” (n.3). É sempre na escuta e no confronto com a Palavra de Deus que a Igreja se rejuvenesce, cresce na fé, e torna-se para o mundo testemunha de Cristo.

À semelhança de Maria, a Igreja é chamada a despertar e gestar a fé na vida de todos os que respondem ao anúncio e convite do Evangelho. A redescoberta da importância de iniciar os fiéis na vida cristã, através de um processo de escuta e conversão, de participação e testemunho, torna a Igreja ainda mais parecida com Maria, Aquela que encontra sua grandeza no “mistério de Cristo e da Igreja”; aquela que cooperou com o seu Filho na obra salvadora e, sustentou a Igreja que nascia com o seu testemunho e a oração. Ainda na Exortação Apostólica VERBUM DOMINI encontramos uma imagem belíssima da relação que há entre a Igreja (e o cristão) que acolhe a Palavra e Maria: “Contemplando na Mãe de Deus uma vida modelada totalmente pela Palavra, descobrimo-nos também nós chamados a entrar no mistério da fé, pela qual Cristo vem habitar na nossa vida. Como nos recorda Santo Ambrósio, cada cristão que crê, em certo sentido, concebe e gera em si mesmo o Verbo de Deus: se há uma só Mãe de Cristo segundo a carne, segundo a fé, porém, Cristo é o fruto de todos.” (n.28)

O testemunho de fé de Maria é, enfim, um forte apelo para a Igreja nos nossos dias, desafiada seja pela resistência dos que lhe ficam indiferentes, e pela mediocridade daqueles seus membros que não vivem com autenticidade a fé que professam. A força da Igreja em todos os tempos está no testemunho dos seus fiéis, que buscam na união entre fé e vida, fazer da própria vida uma página do Evangelho, talvez a única capaz de ser lida pelos que ainda não creem.Maria é de fato, “imagem e primícias da Igreja que há de atingir a sua perfeição na vida futura, assim também, já agora, na terra, enquanto não chega o dia do Senhor (cf. 2Ped 3,10), ela brilha, como sinal de esperança segura e consolação aos olhos do povo de Deus peregrino.” (LG 68)

Deixemo-nos guiar por Maria, na nossa preparação e para a celebração do Ano da Fé. Nela temos a Mãe que nos ampara na caminhada da fé e, o modelo que nos estimula a viver a fé com generosa dedicação a Cristo nosso Mestre e aos nossos irmãos!

Dom Milton Kenan Junior
Bispo auxiliar de São Paulo (SP)